quinta-feira, 22 de julho de 2010

Kate (3)




-Eu disse alguma coisa engraçada? — ele quis saber.

-Foi muito divertido ouvir o senhor dizer que sou linda. Não me sinto nem um pouquinho bonita. Meu jeans está rasgado e minha camiseta ficou imunda.

-Ah, sim, suas roupas estão com aspecto atroz. Mesmo antes de ficar arruinadas, não deviam ser grande coisa. Jeans e camiseta... Um traje nada feminino.

-Mas eu estava...

-Contududo - ele prosseguiu, ignorando a interrupção - com esse rosto oval, o cabelo meio ruivo, e esses olhos enormes, verde esmeralda, é uma linda moça, srta. Walsh.

Kate remexeu-se no assento.

-O que acha que eu deveria vestir para uma excursão na montanha, sr. Andronikos? Vestido de noite e sapatos de salto alto? — perguntou, aborrecida com a crítica, sem se importar com os elogios.

-Vocês, inglesas, são de amargar - ele replicou. - Não conseguem aceitar um galanteio sem discutir.

- Não sou inglesa - Kate protestou. - Sou australiana.´

- Que seja, australiana. E, para fazermos as pazes, admitirei nas roupas são bem apropriadas para andar pelas montanhas. Mas não entendo o que estava fazendo aqui, sozinha.

-Tirando fotos - ela explicou com azedume.

- E o Senhor, o que estava fazendo? - Ele sorriu, complacente. -Estava voltando para o meu hotel mais novo, em Sithoniá, escolhi o caminho das montanhas por causa do panorama espetacular. Para felicidade, sua, não é mesmo?

- É verdade - ela admitiu com relutância. Tomou um rápido gole de café e sorriu timidamente. — Nem pode imaginar.Como fiquei feliz quando vi o carro descendo pela encosta. Ja estava pensando que teria de passar a noite...

Ela se calou de repente, sentindo um nó na garganta. Os olhos dele brilharam de compaixão.

- Agora está em segurança — afirmou.

- Obrigada, sr. Andronikos.

-Não acha que já podemos dispensar formalidade? Meu nome é Phillip

-Esta bem - ela concordou, um pouco mais animada.

-Assim é melhor. Agora, acabe seu café e seguiremos seguimos o caminho. Para onde estava indo, antes do terremoto?

- Para Nyssa, uma vila a oitenta quilômetros daqui conhece ?

- Conheço. Duvido que possamos chegar até lá, mas não custa tentar .

Momentos depois ela lhe entregou a xícara vazia, que ele no bolso da porta.
Philip apertou o cinto de segurança a chave na ignição.

-Pretendo ir bem devagar - explicou. - Entrei em contato com meu secretário e ele me deu todas as informações que conseguiu, sobre os estragos causados pelo terremoto. Pelo a estrada está desimpedida daqui até Pirgadikia, mas .ainda há muitas pedras na estrada.

- Entendo.

-É fotógrafa profissional, não é?

- Sou — Kate concordou, admirada.- Como sabe?

-Isso é obvio, minha querida. O equipamento fotográfico que leva naquela bolsa deve valer duzentas mil reais, no mínimo. ou gosta dinheiro atoua é profissional.


Continua...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Kate (2)

Kate girou nos calcanhares para olhá-lo, sobressaltada. O desconhecido era muito alto, parado ali, na obscuridade do crepúsculo.- Ela ergueu a lanterna para ver-lhe o rosto. O homem devia estar por volta dos trinta e cinco anos e embora não fosse tão lindo quanto Kevin Costner, seu astro de cinema favorito, possuía aparência sem dúvida impressionante. Claro, com aquele cabelo escuro, caindo em caracóis ao redor da cabeça, não tinha a mínima semelhança com o loiro Costner, mas mesmo assim Kate admitiu que poucas vezes vira um rosto masculino mais bonito. Os olhos castanhos eram grandes, o nariz curto e reto, e a boca cheia, sensual, ensaiava um sorriso.

Kate baixou a lanterna lentamente, examinando-o. Era musculoso. A calça cinzenta apertava-se nas pernas grossas e a blusa branca, meio aberta, revelava o peito largo. Vestia-se com simplicidade. Contudo tinha uma inegável que uma aura de prosperidade, poder e autoconfiança o cercava.
Por que não parou, quando me viu? — ela perguntou bruscamente, entre aliviada e tensa.

Foi apenas uma retirada estratégica — ele respondeu em tom divertido. -- Achei melhor abrigar o carro ao lado
De um rochedo que ofereceria alguma proteção, no caso de
outro abalo. Essas coisas são totalmente imprevisíveis. Quando
Parece que tudo acabou, a terra torna a tremer. Kate arrepiou-se, só de pensar.

Eu sei — concordou com voz trêmula.
Esta com frio e assustada — ele adivinhou. - Vamos pegar suas coisas. Se tivermos sorte, chegaremos à vila mais próxima Se não tivermos, e tudo balançar de novo, meu carro oferecera um abrigo mais confortável que o seu.


Nada poderia ser mais verdadeiro, Kate constatou admirada,
Quando chegaram ao ponto onde ele deixara o carro sob um saliente rochedo. O homem abriu a porta do passageiro, revelando um interior tão luxuoso que ela ficou
muda, olhando. Os bancos eram de couro legítimo marrom e um celular fora largado no de trás, juntamente com uma pasta escura de cantoneiras e fecho dourados e uma mala de viagem. Kate ficou encabulada quando ele juntou sua mochila surrada e a velha bolsa das câmeras aos seus elegantes pertences

Agora, entre - ele convidou, parecendo alegre. – Pode por lanterna no porta-luvas. Antes de partimos cuidarei desse corte que tem na testa.
-Corte?
- Na linha do cabelo. Não percebeu?
- Não - ela respondeu totalmente incapaz de dizer mais que
monossílabas.

Os dedos longos eram firmes e delicados quando ele começou o curativo. Tirara uma maleta de primeiros-socorros de algum lugar e Kate recuou ao sentir a dor do anti-séptico.
-Só vai doer um pouquinho — ele garantiu, limpando o
ferimento.

Depois, aplicou um pouco de pomada no corte desinfetado e protegeu-o com um curativo adesivo.
Kate acomodou-se no assento com um suspiro satisfeito. Era bom sentir-se protegida, deixar que alguém cuidasse dela. O desconhecido possuía calma admirável e transmitia impressão de grande competência. Ela- nem ficou surpresa, quando ele estendeu o braço para o banco de trás e fez aparecer uma elegante garrafa térmica branca. Com movimentos precisos, encheu uma xícara com café e entregou-a a Kate. Ela experimentou o líquido

-Obrigada — ela agradeceu. -- O senhor é realmente
uma pessoa surpreendente, sr....
-Philip Andronikos. A senhorita é...
- Katherine Walsh. Mas todos me chamam de Kate.
- Kate? — Ele pareceu experimentar a palavra, fazendo uma careta de desagrado.-Um apelido muito feio para uma
jovem tão linda. Vou chamá-la de Katarina.
Kate passou a mão pela massa de cabelo castanho avermelhado, todo despenteado, e riu baixinho.



para ler o começo clique na marcação "kate♥"



continuaa....

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Kate(1)




No acostamento, Kate agitava a lanterna com desespero. O motorista do carro branco tinha que parar! Sentindo um arrepio violento, agarrou a lanterna com mais força.

Reconheceu que estava com medo. Na verdade, começava a ficar apavorada. Com vinte e seis anos, e sendo uma pessoa equilibrada, não costumava entrar em pânico em inações difíceis. Mas nunca estivera num lugar abalado por um terremoto. Como fotógrafa, seu trabalho já a levara a lugares lindos e horríveis, mas até ali nenhuma experiência fora tão chocante.

Descer por uma encosta que tremia como gelatina sob seus esquivando-se de pedras e montes de terra, fora algo terrível. Depois, encontrar o carro alugado semidestruído, sem nenhuma possibilidade de levá-la de volta, fora ainda pior. Já a uma hora que ela estava ali, esperando um veículo passar, morrendo de medo que houvesse outro abalo. O carro branco na sua esperança de salvação. Se não parasse, ela se jogaria no chão e começaria a chorar. Era simplesmente insuportável pensar que poderia ser obrigada a passar a noite naquele local deserto, frio, e sujeito a novos tremores.

O carro chegou ao fim de um trecho fortemente inclinado aproximou-se dela em velocidade cautelosa. De súbito, parou, e Kate exalou um longo suspiro, profundamente aliviada.

Então, do mesmo modo brusco que parará, o carro partiu. Continuou a descer e desapareceu numa curva.

Contendo as lágrimas, ela largou a bolsa das câmeras no chão e subiu alguns metros, tropeçando nas pedras, até chegar a um ponto de onde poderia ver a estrada, lá embaixo. A paisagem era típica da isolada e primitiva região norte da Grécia. A estrada descia em curvas até o fundo do vale, lá embaixo.

O rio era uma cimitarra de prata cortando o cenário sombreado pelo crepúsculo. Pinheiros elevavam-se por todos os lados, recortados contra o céu avermelhado, mas não havia sinal do carro.

- Droga! — Kate exclamou. — Vou precisar armar a barraca e acampar aqui! Por que essas coisas sempre acontecem
comigo?

Voltou para o carro e examinou-o à luz da lanterna, franzindo a testa, aborrecida. Era uma visão desanimadora. Uma pedra grande quebrara o párabrisa, espalhando vidro estilhaçado por todo o banco da frente. Outra pedra caíra na capota e amassara a lataria. Ficou olhando o estrago,indecisa.

Não sabia o que seria melhor: dormir no assento traseiro do carro, ou acampar do lado de fora.

Por fim, tirou um tapete do banco de trás, pensando em simplesmente estendê-lo no acostamento, improvisando uma cama. E se houvesse outro tremor de terra? Onde estaria mais segura: dentro do carro, ou fora?

- Quero que o chão se abra e engula aquele motorista
desalmado! — exclamou furiosa.

- Quanta maldade! — alguém comentou atrás dela.

A voz masculina parecia divertida. O sotaque era grego, mas o homem
falara em inglês.


Continua ? siga e veja a continuaçao (:

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